Este é um poema vazio,
tem letras por ilusão.
Um poema do nada,
tanto que nem poema será.
Não dá,
como não tira.
Não acrescenta,
não diminui.
Não faz saber,
e menos ignorar.
Um poema vazio,
que não é poema,
numa página cheia de nada.
Será inteiro o que não vemos?
O Ser que somos.
Vazio aquilo que vemos?
Este é um poema que não se vê,
numa página que vemos cheia.
Luís Novais