Há sorrisos vários,
tamanhos sorrisos.
Sorrisos, tantos sorrisos.
Sorrisos que me sorriram,
sorrisos que passaram.
Sorrisos que sorri,
sorrisos que esfumaram.
Mas sorridos com’o sorriso teu:
labirinto d’alma são.
Mostra o que não mostra
esconde o qu’oculta.
Não é palco, cena ou acto,
é pano caído
cena e acto tapando.
Drama, tragédia, o quê,
atrás do pano nesse palco teu?
Alegre pano qu’oculta
o sofrimento que tapa,
essa dor d’alma
qu’íntima se mantém
no esconder de tal pano.
E eu?
Eu que já pano não vejo,
eu que já o pano não quero.
Eu que a cena antevejo:
atrás do pano espreitando.
À boca de cena estou.
Quereria entrar.
‘boca de cena estou.
Quereria ver:
Que esconde afinal esse teu sorriso teu?
À boca de cena estou.
À boca de cena estou.
Quero também actuar,
até que sorrido seja
insorrido sorriso teu.
terça-feira, 25 de maio de 2010
sábado, 8 de maio de 2010
Guiné
Quem és, mulher?
Mulher que passas,
um filho na mão,
outro às costas
ao pano amarrado.
Outro inda à frente
tuas peles entranhando.
Que pensas que buscas?
Que força é tua?
Tamanha à dessa terra,
terra vermelha
que c’os pés pisas.
Força tens com'a terra;
terra que pisamos;
terra que pisam,
inda que chão nos dê,
inda que vida nos brote.
És terra, tu.
Negra terra és
em vermelha uma.
És povo és país,
chão que pisam,
vida que dás,
inda que te pisem.
És mulher, és pátria
inda que te pisem.
És mulher, és tu
inda que te pisem
que te repisem,
que te pisem.
Tu és Guiné.
Bissau, Maio-9 2010
Mulher que passas,
um filho na mão,
outro às costas
ao pano amarrado.
Outro inda à frente
tuas peles entranhando.
Que pensas que buscas?
Que força é tua?
Tamanha à dessa terra,
terra vermelha
que c’os pés pisas.
Força tens com'a terra;
terra que pisamos;
terra que pisam,
inda que chão nos dê,
inda que vida nos brote.
És terra, tu.
Negra terra és
em vermelha uma.
És povo és país,
chão que pisam,
vida que dás,
inda que te pisem.
És mulher, és pátria
inda que te pisem.
És mulher, és tu
inda que te pisem
que te repisem,
que te pisem.
Tu és Guiné.
Bissau, Maio-9 2010
Quem és mulher?
Mulher que buscas
em deslumbrado olhar:
azuis que brilham
buscando sem parar.
Que força é tua
que tanta busca te dá?
Descalça sobre o chão,
a sentir, a sentir,
a caminhar, a caminhar.
És mundo e és vida
a horizonte alcançar,
olhos abertos,
procurar procurar:
horizonte alcançar,
horizonte alcançar.
E tu bem sabes mulher,
horizonte longe sempr’é.
E tu bem sabes mulher:
um dia d’olhos fechados,
teu horizonte s’abrirá.
E quando se abram verás:
ao perto longe alcançaste,
tão perto que poderás
teu eu correr a largar,
prenhe de vontades mil:
prenhe de entrega plena.
E o que viste e vês
sem o dizeres.
E o que vi e vejo
sem o dizer:
pronto o dirás,
pronto o direi.
Me dirás?
Te direi.
Dito está.
Bissau, Maio-9 2010
Mulher que buscas
em deslumbrado olhar:
azuis que brilham
buscando sem parar.
Que força é tua
que tanta busca te dá?
Descalça sobre o chão,
a sentir, a sentir,
a caminhar, a caminhar.
És mundo e és vida
a horizonte alcançar,
olhos abertos,
procurar procurar:
horizonte alcançar,
horizonte alcançar.
E tu bem sabes mulher,
horizonte longe sempr’é.
E tu bem sabes mulher:
um dia d’olhos fechados,
teu horizonte s’abrirá.
E quando se abram verás:
ao perto longe alcançaste,
tão perto que poderás
teu eu correr a largar,
prenhe de vontades mil:
prenhe de entrega plena.
E o que viste e vês
sem o dizeres.
E o que vi e vejo
sem o dizer:
pronto o dirás,
pronto o direi.
Me dirás?
Te direi.
Dito está.
Bissau, Maio-9 2010
Subscrever:
Mensagens (Atom)