terça-feira, 25 de maio de 2010

SORRISO DE R.

Há sorrisos vários,
tamanhos sorrisos.
Sorrisos, tantos sorrisos.
Sorrisos que me sorriram,
sorrisos que passaram.
Sorrisos que sorri,
sorrisos que esfumaram.

Mas sorridos com’o sorriso teu:
labirinto d’alma são.
Mostra o que não mostra
esconde o qu’oculta.
Não é palco, cena ou acto,
é pano caído
cena e acto tapando.

Drama, tragédia, o quê,
atrás do pano nesse palco teu?
Alegre pano qu’oculta
o sofrimento que tapa,
essa dor d’alma
qu’íntima se mantém
no esconder de tal pano.

E eu?
Eu que já pano não vejo,
eu que já o pano não quero.
Eu que a cena antevejo:
atrás do pano espreitando.

À boca de cena estou.
Quereria entrar.
‘boca de cena estou.
Quereria ver:
Que esconde afinal esse teu sorriso teu?

À boca de cena estou.
À boca de cena estou.
Quero também actuar,
até que sorrido seja
insorrido sorriso teu.

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