quinta-feira, 3 de maio de 2012
“EU PARA O OUTRO"
Sobre eu que sou
faço eus que dou;
barro que moldam
outros que não eu.
Por que o faço?
Segredo de mim.
E esse que sou
refugio é
dessoutros que dou.
É vã tal fuga:
de tanto mostrar
esses que não sou,
preso me vejo
ao que me dou,
ao que me vêem
E preso estou
e preso m’aguardo,
sem que saiba já:
qual mim sou outro
qual outro sou mim
Claro ardil:
Salva-me d’outros
salva-me d’eus .
Salvará?
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