Escrevo para libertar
lágrimas que não verto.
Para botar
mágoas ocultas.
Saudade:
és portuguesa,
saudade.
De terra e de sal,
de ser onde não sou.
Escrevo e não choro.
Escrevo e não sinto.
Vejo esse outro que ri
e que vive e que faz.
Pergunto-me: quem é?
“Sou teus homónimos”.
E em vez dum eu,
minha boca outros fala.
Fosse o grande: muitos em mim.
Sou pequeno: eu em muitos.
Nada, eu;
e eles ninguém.
Luís Novais
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