Brisa vent’é qund’sol serena
Quisera ficar completo,
em metade de inteiro.
Essa metade eu fosse,
em meio ser eu coubesse.
Meia mulher teria,
C’a meia amante completa.
Meio pai também:
meia labuta tem de ser.
Oh, que unidade ser meio.
Meio de meio entender.
Meio pensador, poeta até.
Mas meio é-me pouco.
Quero ser por inteiro.
Inda que de meio louco,
louco inteiro acab'eu
Inda assim que louco seja.
Marido , pai e poeta.
Mas nad’e nad’em meio,
tud’e tudo por inteiro.
Será possível ou quimera?
Tantos são os elementos:
(quimera s’assim é)
Brisa vent’é qund’sol serena:
(possível se assim seja)
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Moinho e Vento
Moinho e Vento
Que dor é esta, amor.
Dor é de lembrar,
dor de esquecer
o que lembrado é.
Sei-te quem sejas, amor.
Quem sou não sei.
Só sei de mim em ti.
Só de ti em mim sei.
S' em ti busc' o que sou.
Em mim sabes qu' és.
De nós brotou mim ti.
Se mim em ti porquê?
Se fruto nosso.
Querido fruto.
Amada tu.
Que dor é esta, amor.
Dor é de lembrar,
dor de esquecer
o que lembrado é.
Sei-te quem sejas, amor.
Quem sou não sei.
Só sei de mim em ti.
Só de ti em mim sei.
S' em ti busc' o que sou.
Em mim sabes qu' és.
De nós brotou mim ti.
Se mim em ti porquê?
Se fruto nosso.
Querido fruto.
Amada tu.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Remédios.
Mataram-me.
De parto brotei,
d’escola morri:
cidadão me fizeram.
Perguntaram-me?
Não. Quiseram fizeram.
E mataram-me.
Não me quis sabedor.
Sabedor me tornaram.
Só e só queria sentir.
Mas comigo não!
Quero meu parto.
Quer’a nascer voltar.
Quer’ ignorar e sentir.
Quer’ à escola fugir.
Morra bem mort’ o saber.
Saber qu’ocup’ o que sou.
Saber falso e não sentido,
não sentid’e sem sentido.
Mataram-me.
Remédios haverá?
De parto brotei,
d’escola morri:
cidadão me fizeram.
Perguntaram-me?
Não. Quiseram fizeram.
E mataram-me.
Não me quis sabedor.
Sabedor me tornaram.
Só e só queria sentir.
Mas comigo não!
Quero meu parto.
Quer’a nascer voltar.
Quer’ ignorar e sentir.
Quer’ à escola fugir.
Morra bem mort’ o saber.
Saber qu’ocup’ o que sou.
Saber falso e não sentido,
não sentid’e sem sentido.
Mataram-me.
Remédios haverá?
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Creio em ciência teorias e lei
Creio em ciência, teoria lei:
Particular geral
diverso d’ uno.
Ensinaram-mo: “crê” e eu creio
Creio bem sabendo:
crendo-‘a mato.
Matá-la quero:
crer preciso.
Gent’à lei sumetemos,
crença velha renovamos:
Destino
Feridos de ciência que’stamos,
do destino descremos.
Mago destino: liberdade compra.
Mago destino: com inocênci’a paga.
Quem d’inocente se troca livre?
Antes sem culpa qu’arbitrar.
Roubaram-no: só culpa ficou
Eu não qu’eu creio na ciência,
porque crendo por crenç’a mato.
Porque suas leis rezando (teorias),
fado qu’é meu alcanço.
Assim sem da fé sofrer Auto,
à “santa” sem ofens’a matar.
Nessa lei que geral dizem,
inocência minha destilar.
Particular geral
diverso d’ uno.
Ensinaram-mo: “crê” e eu creio
Creio bem sabendo:
crendo-‘a mato.
Matá-la quero:
crer preciso.
Gent’à lei sumetemos,
crença velha renovamos:
Destino
Feridos de ciência que’stamos,
do destino descremos.
Mago destino: liberdade compra.
Mago destino: com inocênci’a paga.
Quem d’inocente se troca livre?
Antes sem culpa qu’arbitrar.
Roubaram-no: só culpa ficou
Eu não qu’eu creio na ciência,
porque crendo por crenç’a mato.
Porque suas leis rezando (teorias),
fado qu’é meu alcanço.
Assim sem da fé sofrer Auto,
à “santa” sem ofens’a matar.
Nessa lei que geral dizem,
inocência minha destilar.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Corrompidos Restos
Antigamente eram os construtores os que tinham fama de corromper. Corromper é sempre corromper. Mas sempre era um corromper para construir.
Agora são os sucateiros. Já nem para construir se corrompe. Corrompe-se tão só para levar os corrompidos restos.
Agora são os sucateiros. Já nem para construir se corrompe. Corrompe-se tão só para levar os corrompidos restos.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Inexistêncial.
Tantos são que dizem
qu’esse que digo outro,
visão é de não mim
por existencial de mim,
que para mim olho
e de mim me temo
que mim afogue mim.
Mim serei eu; sou!
Mas mim será outro?
Então que mim serei,
s’outro se faz mim?
De mim quero ser Ser,
que mim não será,
quem si Ser quer também.
E sendo mim Ser.
E Ser sendo si.
Mim é si por Ser.
E si por Ser é mim.
qu’esse que digo outro,
visão é de não mim
por existencial de mim,
que para mim olho
e de mim me temo
que mim afogue mim.
Mim serei eu; sou!
Mas mim será outro?
Então que mim serei,
s’outro se faz mim?
De mim quero ser Ser,
que mim não será,
quem si Ser quer também.
E sendo mim Ser.
E Ser sendo si.
Mim é si por Ser.
E si por Ser é mim.
Filosofal Pedra
Do tanto muito que penso,
tod’a sua origem ignoro.
Origem de pensamento “eu”,
ou pensar q’a mim cria?
Vej’o Mundo vendo-me
e vendo-me par’o ter:
por cosmos troco mim:
cego me vejo par’o ver.
Acontece quando cego sou:
idei’acontece: idei’apenas.
cegueira? Sombra sem limite.
E é então que sorrio; descanso.
Podend’a pedra ser filosofal (ela),
pod’a filosofia ser pedra (eu)
tod’a sua origem ignoro.
Origem de pensamento “eu”,
ou pensar q’a mim cria?
Vej’o Mundo vendo-me
e vendo-me par’o ter:
por cosmos troco mim:
cego me vejo par’o ver.
Acontece quando cego sou:
idei’acontece: idei’apenas.
cegueira? Sombra sem limite.
E é então que sorrio; descanso.
Podend’a pedra ser filosofal (ela),
pod’a filosofia ser pedra (eu)
domingo, 1 de novembro de 2009
A Voz
Quand’em fundo silêncio,
vinda do longe ouço
voz forte que fala
e ordenante m’ordena.
Não sei que voz seja:
Se voz minha feita mim,
s’alheia voz, feita de quê?
Sei q’a ouço, isso sei.
Sei q’ordena, isso sei
Sei o quê, sei também.
Em sua força me diz: “Vive!”
E eu não sei o que seja:
Se voz da q’é natural,
se precedente imaterial
vinda do longe ouço
voz forte que fala
e ordenante m’ordena.
Não sei que voz seja:
Se voz minha feita mim,
s’alheia voz, feita de quê?
Sei q’a ouço, isso sei.
Sei q’ordena, isso sei
Sei o quê, sei também.
Em sua força me diz: “Vive!”
E eu não sei o que seja:
Se voz da q’é natural,
se precedente imaterial
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