quarta-feira, 25 de março de 2009
A circularidade do círculo
Há dias conheci um embaixador. Está em final de carreira. “A falta de grandes objectivos diplomáticos nacionais está a provocar alcoolismo nas nossas embaixadas”, diz. Será que estamos condenados a caminhar desta forma? Enganarmo-nos a nós próprios e depois sermos vencidos pela vida? Ele pertenceu à geração que acreditou na via europeia. Está desiludido, claro. Hoje é óbvio: mais uma oportunidade perdida. Naquele tempo não era. A geração anterior acreditara na via colonial. Acabou desiludida, claro: também perdeu a sua oportunidade. E eu não fujo à regra. Tenho de me enganar a mim próprio: sou cada vez mais atlântico. Não quero pertencer a nenhum continente. Quero pertencer a um oceano. Não quero ser da terra. Quero ser do mar. Portugal e Angola e Brasil e cabo Verde e Guiné. Que bonito que é. Um dia vou acabar desiludido, claro. Mas para já é agradável essa sensação de me estar a enganar a mim mesmo.
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