Sou laico. Escrevi-o. E é verdade, se é que a verdade é. Mas às vezes vou à missa. É raro. Mas embora raro, acontece. Não sei porquê. Não sei e nem quero e nem preciso e nem devo saber. Apetece-me, apenas. Devemos guardar algum mistério de nós próprios. Devemos guardá-lo até desse personagem que julgamos nosso e a quem chamamos “eu”. E assim quando esse “eu” fica insuportável tem sempre recursos que desconhecia ter. Recursos que eram um mistério de si sobre si. E é talvez por isso que de vez em quando vou continuar a ir, à missa. E é de certeza por isso que vou continuar sem saber porquê. E que vai continuar a ser verdade que sou laico. Se é que a verdade é.
segunda-feira, 23 de março de 2009
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