Talvez agora possamos compreender com mais intensidade a situação em que sobrevivem as maiores vítimas destes filhos da puta, porque se ontem tivemos 130 mortos em Paris, no dia-a-dia temos milhares, e a grande maioria ora ao mesmo deus que estes filhos da puta.
Os Filhos da Puta atacaram de novo. No meio da tragédia, é bom lembrar que
estes filhos da puta não são os únicos filhos da puta do mundo, não vêm do
único lugar onde se criam filhos da puta, e menos oram ao único deus em nome do
qual estas filhas da putice são feitas.
Dum lado há as vítimas, nós, e do outro lado há eles, os filhos da puta. E
há-os em todo o lado, idos e vindos de qualquer parte. Se estamos numa guerra,
e sim estamos, não é entre povos, religiões ou países. É uma guerra entre
aqueles que acreditam na fraternidade, na compreensão mútua, na solução
pacífica dos diferendos, e eles, os filhos da puta.
Talvez agora possamos compreender com mais intensidade a situação em que
sobrevivem as maiores vítimas destes filhos da puta, porque se ontem tivemos 130
mortos em Paris, no dia-a-dia temos milhares, e a grande maioria ora ao mesmo
deus que estes filhos da puta.
Segregar os que sofrem, plasmados em cada refugiados que consegue alcançar
as praias europeias, seria o mesmo que segregar as crianças duma escola
americana, porque um tarado dum filho da puta que por acaso ali estudou, decidiu
entrar armado numa das salas de aula e matou quantos colegas pôde. Esse não assassinou
em nome de deus, pelo menos do mesmo deus, mas não sou segregacionista: Todos
os filhos da puta são iguais, assim como todas as suas vítimas.
Estamos horrorizados com o que acaba de acontecer em Paris. França é aqui
ao lado e o ser humano é assim: quanto mais perto mais se choca. É normal e não
é condenável que assim seja. Devemos chorar o que aconteceu ontem, e
compreender melhor aquilo que sentem as vítimas de outros filhos da puta que
atuaram e atuam em nosso nome e que têm uma legitimidade que advém do nosso
voto.
Graças a Snowden, tivemos acesso a imagens que mostram a forma leviana e
indiscriminada como os soldados norte-americanos dizimaram pessoas inocentes
no Iraque. Ouvimos os seus Ala Aqbares, transformados em gritos de triunfo.
Devemos aproveitar para nos sentirmos mais próximos desses que estavam do outro
lado e que foram assassinados por gente que ali estava em nosso nome, comandada
por gentalha que foi apoiada por gentalha nossa, que com ela se sentou à mesa.
Hoje devia ser dia de apoio a todas as vítimas, que o sangue não tem cor
que o discrimine. As de Paris, as do Iraque, as da Síria, as dos genocídios de
África, as que são assassinadas por colonos fanáticos na palestina… tão grande
é a lista!
Se estamos em guerra, é contra todos os filhos da puta. Porque a
filhadaputice desenvolve-se assim: não conhece raça, nacionalidade ou credo.
Guerra aos filhos da puta!
Guerra aos filhos da puta!
Luís Novais
Muito bom!.. Para pensar..
ResponderEliminarMuito bem, Novais!
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