sábado, 14 de novembro de 2015

GUERRA AOS FILHOS DA PUTA!


Talvez agora possamos compreender com mais intensidade a situação em que sobrevivem as maiores vítimas destes filhos da puta, porque se ontem tivemos 130 mortos em Paris, no dia-a-dia temos milhares, e a grande maioria ora ao mesmo deus que estes filhos da puta.

Os Filhos da Puta atacaram de novo. No meio da tragédia, é bom lembrar que estes filhos da puta não são os únicos filhos da puta do mundo, não vêm do único lugar onde se criam filhos da puta, e menos oram ao único deus em nome do qual estas filhas da putice são feitas.

Dum lado há as vítimas, nós, e do outro lado há eles, os filhos da puta. E há-os em todo o lado, idos e vindos de qualquer parte. Se estamos numa guerra, e sim estamos, não é entre povos, religiões ou países. É uma guerra entre aqueles que acreditam na fraternidade, na compreensão mútua, na solução pacífica dos diferendos, e eles, os filhos da puta.

Talvez agora possamos compreender com mais intensidade a situação em que sobrevivem as maiores vítimas destes filhos da puta, porque se ontem tivemos 130 mortos em Paris, no dia-a-dia temos milhares, e a grande maioria ora ao mesmo deus que estes filhos da puta.

Segregar os que sofrem, plasmados em cada refugiados que consegue alcançar as praias europeias, seria o mesmo que segregar as crianças duma escola americana, porque um tarado dum filho da puta que por acaso ali estudou, decidiu entrar armado numa das salas de aula e matou quantos colegas pôde. Esse não assassinou em nome de deus, pelo menos do mesmo deus, mas não sou segregacionista: Todos os filhos da puta são iguais, assim como todas as suas vítimas.

Estamos horrorizados com o que acaba de acontecer em Paris. França é aqui ao lado e o ser humano é assim: quanto mais perto mais se choca. É normal e não é condenável que assim seja. Devemos chorar o que aconteceu ontem, e compreender melhor aquilo que sentem as vítimas de outros filhos da puta que atuaram e atuam em nosso nome e que têm uma legitimidade que advém do nosso voto.

Graças a Snowden, tivemos acesso a imagens que mostram a forma leviana e indiscriminada como os soldados norte-americanos dizimaram pessoas inocentes no Iraque. Ouvimos os seus Ala Aqbares, transformados em gritos de triunfo. Devemos aproveitar para nos sentirmos mais próximos desses que estavam do outro lado e que foram assassinados por gente que ali estava em nosso nome, comandada por gentalha que foi apoiada por gentalha nossa, que com ela se sentou à mesa.

Hoje devia ser dia de apoio a todas as vítimas, que o sangue não tem cor que o discrimine. As de Paris, as do Iraque, as da Síria, as dos genocídios de África, as que são assassinadas por colonos fanáticos na palestina… tão grande é a lista!

Se estamos em guerra, é contra todos os filhos da puta. Porque a filhadaputice desenvolve-se assim: não conhece raça, nacionalidade ou credo.

Guerra aos filhos da puta!


Luís Novais

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