quinta-feira, 18 de junho de 2009

Nostalgia do absoluto.

São dois, os partos nossos.
Esses em que nascemos
daquilo que nos precede.
E em que daquilo que nos precede:
somos naquilo que é procedido.

E são dois, esses partos.
Um em que da carne que precede
fazemo-nos carne que a procede.
E gente somos. E gente nascemos.

E são dois, nossos partos.
Outro em que da gente que somos:
usamos a carne que precede.
E da carne que precede:
fazemos o “eu” que a procede.
E pessoa somos. E pessoa nascemos.

Quereria que fossem três, os partos.
Um de gente que nos precede.
E um de pessoa que somos.
E um Daquilo que precede o que procede:
precede tudo o que é,
precede tudo o que não é.
Quereria. Quereria.

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