segunda-feira, 4 de junho de 2018

YVONNE


Por que não escrevo,
a ti, de ti?
Do que te sinto,
do que te penso.
E escrevo, escrevo tanto.
Por que te não escrevo,
a ti, de ti?
Se  tanto,
o que de ti sou.
Sentido-me que te sinto,
quando me dás:
tu, eu, Ser.
Porquê? Por que te não escrevo?

Escrever é (des)sofrer!
Apenas parte do que sou.
Não te escrevo,
não posso e não escrevo.
Não me dás o que escreva,
dás-me o que não escrevo:
Essa parte de mim.

Escrever é buscar,
parte do que fui.
Não precisa de letras,
essa parte que partiu
e encontrando-te chegou.


Luís Novais

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